Convocado pelo Papa Francisco, o momento de oração, no Rio de Janeiro, foi realizado na Capela Nossa Senhora da Conceição, no Palácio São Joaquim, na Glória, durante a Oração do Ângelus, no dia 4 de setembro, com a presença de lideranças das Igrejas Católicas de ritos maronita e melquita, da Igreja Ortodoxa e do cônsul geral do Líbano no Rio de Janeiro, Alejandro Bitar.
“Unidos, respondemos o chamado do Santo Padre para rezar pelo povo libanês. Como o cedro do Líbano, símbolo nacional e que se encontra na bandeira do país, o povo possa continuar a olhar para o alto com desejos de paz. Que todos, com coragem, possam superar a atual situação e reconstruir o País dos Cedros, sendo um sinal para a Humanidade, como sempre foi. O Líbano, que tem sua história marcada até nas Sagradas Escrituras, representa mais que um Estado, justamente pela sua maneira de ser e de contemplar a liberdade e a democracia, e que gera entendimento e boa convivência com todos”, completou Dom Orani.
A celebração foi marcada por simbolismos às tradições do povo do Líbano. Na frente do altar, a bandeira nacional, e ao lado, um quadro com a imagem de Nossa Senhora do Líbano. Houve músicas, recitação de poema e mensagens sobre o Líbano. Uma das músicas, em língua árabe, foi cantada pelo pároco da Paróquia Maronita Nossa Senhora do Líbano, na Tijuca, padre Samuel Madi. Dom Orani também acendeu uma vela no Círio Pascal e passou aos demais, simbolizando a luz da oração que não se apaga. A vela tinha um laço de fita na cor vermelha, em recordação às vítimas da explosão de Beirute.
Na sua mensagem, o bispo da Igreja Ortodoxa Antioquina do Rio, Dom Theodore Ghandour, agradeceu de coração a iniciativa do Papa Francisco, e destacou que o Líbano, há mais de 100 anos, vem enfrentando situações de sofrimento.
“Junto com meus irmãos do Líbano, nunca vamos desistir de buscar a paz, a paz que Deus quer para o mundo. Temos fé que depois da cruz acontece a ressurreição. Somos um povo forte, que depois de cada crise se une para reconstruir. Temos fé que o Líbano não vai acabar”, disse.
Concluindo com um momento de oração, Dom Theodore pediu pelas pessoas que sofrem com as consequências das explosões em Beirute.
“Que o Senhor receba os mortos em seu abraço, cure os feridos e os traumatizados, abrande o luto e fortaleça as equipes médicas. Que o povo sinta a presença do amor de Deus, e que haja apoio global para recuperar o que foi destruído”, completou.
Na sua mensagem, o diácono Greco Melquita Vitor Pereira, representando o bispo da Eparquia Nossa Senhora do Paraíso dos Greco-Católicos Melquitas no Brasil, com sede em São Paulo, Dom George Khoury, disse que os fiéis se sentem acalentados pelo Santo Padre, pelo cuidado e carinho neste momento de dificuldade e de tristeza.
“A convocação do Papa Francisco fez o mundo inteiro parar para rezar pelo Líbano. O povo recebe e agradece o carinho, porque a oração feita na unidade ajuda a superar o momento difícil. O povo libanês sabe superar os sofrimentos, o que vem fazendo desde a Antiguidade, passando pelos tempos de Jesus até nos dias atuais. Este tempo difícil, de convulsão social e política, será apenas um ponto na sua história. Assim como o Cedro do Líbano, o povo libanês irá se reerguer das dificuldades. Que Deus abençoe o Líbano”, disse o diácono Vitor Pereira.
Representando a Comissão Arquidiocesana de Ecumenismo e Dialogo Inter-Religioso, o bispo auxiliar do Rio, Dom Roque Costa Souza, disse que há tristeza no coração, mas que é preciso ter uma esperança viva.
“O desejo do ser humano é de paz. Não é uma paz com ausência de guerra, mas uma paz que começa no interior de cada um, e por isso é preciso levar a sociedade a um grito de paz. Não podemos ficar na solidão, com situações negativas, mas com um olhar de esperança porque Deus quer nossa participação orante, mas que conduz a uma ação, uma atitude”, destacou Dom Roque. Também representando a mesma comissão estavam o coordenador, padre Fábio Luiz de Souza, e o secretário, diácono Nelson Águia.
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