Empresários contrataram PMs que atuam como pistoleiros para matar agricultor em Barreiras.
Um dos empresários suspeito de ser o mandante continua foragido; três policiais e outro empresário já foram presos pela morte de Paulo Grendene (foto)
As investigações policiais apontam que os empresários Luís Rosas Filho, 47 anos, conhecido como Lulinha, e Martiniano Rodrigues Magalhães Neto, 46 anos, o Netinho, foram os mandantes da morte do empresário agrícola Paulo Antonio Ribas Grendene, 62, no dia 11 de junho passado na cidade de Barreiras, no oeste do estado.
Lulinha foi preso na última quarta-feira em cumprimento a mandado de prisão temporária durante a Operação Bandeirantes e Netinho continua foragido.
Os PMs Odilon Alves Pereira Neto, 37, João Marcos de Sales Soares, 33, e José Antônio Rodrigues Alves Silva, 32, foram presos pela Operação Bandeirantes e são apontados como os autores da execução.
Conforme a investigação, o trio foi contratado pelos empresários Netinho e Lulinha para matar Grendene.
Outros policiais ainda não identificados também teriam ajudado na execução do crime.
Segundo a Polícia Civil, os PMs presos fazem parte de uma organização criminosa radicada em Barreiras voltada para a prática de assassinatos em troca de dinheiro, prática conhecida como pistolagem ou matadores de aluguel.
Outros dois policiais militares identificados como Ronaldo Alves da Cruz e Uesley Sousa Mendonça, além de outros PMs não identificados integram o grupo.
Uesley Mendonça é apontado como o dono da pistola 9 mm usada para matar Grendene e outras pessoas na cidade de Barreiras.
Uesley e Ronaldo foram alvos de mandados de busca e apreensão.
As informações constam no mandado de prisão expedido para cumprimento das prisões.
Segundo a Polícia Civil, a motivação para o crime é a disputa de terras no oeste baiano, terras estas alvo de investigação na Operação Faroeste.
Uma fonte informou ao Metro1, na condição de anonimato, que Grendene era um dos interlocutores da Bom Jesus Agropecuária no oeste baiano e que Netinho e Lulinha também mantinham relações com a mesma empresa.
A Bom Jesus é uma das partes litigantes no processo que originou a Operação Faroeste e que estava sendo afetada com as decisões vendidas por membros do judiciário baiano.
Em seguida, a Bom Jesus também passou a comprar decisões através de outros desembargadores.
Nelson Vigolo, dono da Bom Jesus, fechou acordo de delação premiada na Operação Faroeste.
Em decorrência da deflagração da Faroeste em 2019, houve a suspensão da validade da documentação relativa à propriedade de terras em uma área de mais de 300 mil hectares na região da Coaceral, em Formosa do Rio Preto, no oeste baiano.
"Após esse episódio, Paulo Grendene junto com apoio de Netinho e Lulinha passou a interpelar produtores rurais dizendo ser dono de algumas áreas e forçar acordos para não expulsar os agricultores.
A Polícia Civil precisa descobrir agora porque Grendene foi assassinado por pessoas que eram parceiras dele", declarou a fonte do Metro1.
O Metro1 entrou em contato com filho de Paulo Grendene, mas não obteve retorno. Em relação às prisões dos PMs, a reportagem entrou em contato com a corporação e com a Secretaria de Segurança Pública, mas não obteve retorno até a publicação dessa reportagem.
Fonte: Metro1
Blog do Paulo de Souza.